Nós somos como a vida das árvores, passamos por estações e momentos.
Existe tempo para nos recolhermos, fazermos um balanço e juntando forças para mais adiante para o próximo passo.
É como a chuva, que cai fina, molhando nossos corpos, nos alimentando, lavando nossa alma... e como precisamos de dela nós e as árvores...
As árvores são assim elas perdem as folhas e se acomodam, pois passarão por longos períodos sem movimento externo, porque elas somente crescem no verão. Cada instante é uma espera do momento seguinte, e logo vêm à primavera aonde nós e as árvores florescemos.
Abrimos nossos corações para deixar a vida sair e assim nos despimos de nossas camadas desnecessárias que já cumpriram seu papel no grande esquema da vida. As árvores nessa etapa mudam de casca para sua renovação.
Passamos por várias estações, várias metamorfoses até nos tornarmos inteiros.
Peço sempre à divindade para que meus verões sejam ricos em frutos e que minhas sementes possam germinar sadias no canteiro da existência e que no outono seguinte eu esteja muito mais forte, compreendendo cada ritmo, cada etapa e me sentindo triunfante e grata naquilo que chamo de vida.
Elisete Franham
Certa vez, um homem pediu a Deus uma flor e uma borboleta.
Mas Deus lhe deu um cacto e uma lagarta.
O homem ficou triste, pois não entendeu porque seu pedido veio errado.
Daí pensei:
Também, com tanta gente para atender... e resolveru não questionar.
Passado algum tempo, o homem foi verificar o pedido que deixou esquecido.
Para sua surpresa, do espinhoso e feio cacto havia nascido a mais bela das flores e a horrível lagarta transformara-se em uma belissima borboleta.
Deus sempre seja certo.
O seu caminho é o melhor, mesmo que aos nossos olhos pareça estar dando tudo errado.
Se você pediu uma coisa a Deus e recebeu outra, confie, tenha certeza de que Ele dá o que você precisa, no momento certo.
Nem sempre o que você deseja é o que você precisa.
Como Ele nunca errou na entrega dos pedidos, siga em frente sem murmurar ou duvidar.
O espinho de hoje será a flor de amanhã!
A Margem da Estrada
Não passa pelo mundo sem exigência o teu tijolo à magnífica construção do bem.
Não permita que seus dias se escoem sem que algo faça de útil em benefício do próximo.
Não deixe que a sua oportunidade de servir se perca no grande vazio das horas inúteis.
Não consiste em viver exclusivamente para os interesses pessoais.
Não adote o comodismo por norma de conduta, refletindo que Jesus permanece no madeiro, braços abertos, à nossa espera.
Enquanto tens forças para caminhar, sai de ti mesmo ao encontro daqueles que choram à margem da estrada...
Atende-os, como se fossem eles – e realmente o são – vida de tua própria vida.
Liberte-te dos pesados grilhões da indiferença!
Sê a fonte de água pura para os sedentos, a côdea de pão para os famintos, a veste aconchegante para os que sentem frio, o bálsamo para as feridas que sangram, a mão amiga para os que tropeçam, o consolo para os que sofrem....
XAVIER, Francisco Cândido
A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.
(José Saramago-)
A Sombra
A sombra de mim,
Do que fui,
Do que alguma vez quis ser,
Do que sou
Ou do que nunca irei ser!
Tudo é confuso e complicado
Mesmo tendo ao nosso lado
O que é necessário para viver,
Para ser feliz.
DEIXE-ME ENVELHECER!
Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças,
Sem a obrigação de aparência jovem e ser bonita para alguém,
Quero ao meu lado quem me entende e me ame como eu sou,
Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada,
Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança,
Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam,
Eu quero não perder meu tempo precioso com aventuras,
A solidão é nos momentos de tristeza e desespero, olhar em volta e não ver ninguém e pensar:
"Mas uma vez sozinho", – pergunto "Por que?"
E sem esperar a resposta, cerro os punhos e sigo em frente, sem saber aonde estou indo.
A verdadeira solidão é gritar em silêncio o nome de alguém que não nos ouve, procurar calor numa voz distante, rasgar-se de desejo por um corpo que não nos quer. Esperar pela chuva no deserto, querer saciar a sede num mar de areia, alimentar um sonho impossível.
E aquele adeus sofrido que não se consegue dizer…
A verdadeira solidão é chorar a dor de não ter um lugar no coração de alguém que já ocupou o nosso, é sentir-se desprotegido, desamparado e vulnerável sem chão.
É amar e não ser amado.
Autor: Alexandre Oliveira
No dia em que tu e eu partirmos, haverá sol. Ou chuva. Ou estará nublado.
No dia em que tu e eu partirmos, amanhecerá. Ou entardecerá ou anoitecerá...
No dia em que tu e eu partirmos os sinos irão tocar, mas a vida continuará. As crianças irão para a escola. Os carros andarão de um lado para o outro.
No dia em que tu e eu partirmos, os pássaros cantarão. As estrelas aparecerão no céu. Ou simplesmente não brilharão.
No dia em que tu e eu partirmos será Verão, ou Inverno. Será Outono? Primavera, talvez?
No dia em que tu e eu partirmos não vamos juntos. Pois todos nós partimos sozinhos. Numa solidão que nos acompanhou sempre. Mesmo quando estávamos no meio de uma multidão.
No dia em que tu e eu partirmos, não levamos nada. Não escolhemos nada. Não decidimos mais.
No dia em que tu e eu partirmos levamos apenas o coração das pessoas que amamos e ficamos naqueles para quem seremos saudade.
Levamos e ficamos em corações.
Só aí seremos imortais.
No dia em que tu e eu morrermos perceberemos a nossa pequenez, a nossa fragilidade, que se dissipa quando batemos forte no coração de alguém.
Autor: Marisa Sousa
Para além da curva da estrada.
Talvez haja um poço, e talvez um castelo.
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva.
Só olho para a estrada antes da curva.
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado.
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada.
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva.
Há a estrada sem a curva nenhuma.
Autor: Alberto Caieiro (Heterónimo de Fernando Pessoa)
Nós ganhamos a vida, neste planeta, pra cumprirmos -- cada um de nós -- a sua missão.
Às vezes, por mais energia que possamos dispensar nesta caminhada... nossa estrada se bifurca e podemos, eventualmente, escolher a direção errada.
Somos humanos... temos inteligência, temperamento, personalidade... e ainda por sobre tudo isso, sofremos influência da sociedade, da família, dos amigos... até dos grupos casuais que passamos a fazer parte.
E nesse emaranhado de pessoas a nossa volta... algumas chamam a nossa atenção, por algum fator, alguma qualidade... talvez afinidades... ou, quem sabe, por vibrarem na mesma faixa de energia sutil em que transitamos.
Não importam as pedras no caminho... os buracos da estrada... os tropeços nas veredas.
As tempestades existirão sempre... os vendavais e os temporais exigirão nossa força, nossa fé, nossa união, nossa perseverança.
Portanto,... você me levanta, e eu te levanto... SEMPRE.
Autor: SuspirosPoéticos
O amor é as duas coisas. É rico e é doloroso, é agonia e é êxtase, o amor é o encontro entre a terra e o céu, entre o conhecimento e o desconhecido, entre o visível e o invisível.
O amor é uma fronteira que divide matéria e consciência, uma fronteira entre o nível mais baixo e o nível mais elevado. O amor tem raízes na terra; Essa é a sua dor, a sua agonia. E o amor tem ramificações no céu; esse é o êxtase.
O amor não é um fenómeno simples, é dual. É uma corda esticada entre duas polaridades. É fundamental entender estas duas polaridades: uma é o sexo, a outra é a oração. O amor é a corda esticada entre o sexo e a oração; Parte dele é sexo, a outra parte é oração.
A parte sexual é feita para trazer tristeza, a parte que traz oração traz muitas alegrias. Portanto vai ser difícil renunciar ao amor, porque, ao renunciar ao amor, a pessoa tem medo de renunciar às alegrias vindouras.
Também é difícil entregar-se completamente a ele, porque todos esses sofrimentos o levam uma e outra vez a querer renunciar a ele. Esta é a tristeza do amante: o amante vive em tensão, vive longe.
Autor: Rajneesh Chandra Mohan Jain - Osho (A vida, o Amor e o Riso)
Conceição Valadares
Era uma vez um pequeno cacto solitário no deserto árido que vivia feliz sob o sol escaldante e nunca reclamou de seu isolamento. Porém, em um momento de introspecção, constatamos que faltava em sua existência, a de afeto.
Ele tentou fazer amizade com os outros cactos que viriam, mas eles eram incomodados e desconfiados e recusaram sua companhia. O cacto então resignou-se à sua solidão.
Mas um dia um pássaro errante voou para seu galho e cantou uma doce melodia. O cacto sentiu-se, pela primeira vez em muito tempo, acompanhado e feliz. A partir desse dia, o pequeno cacto esperava a chegada do pássaro todas as manhãs para ouvir sua voz harmoniosa.
A lição dessa história é que todos nós precisamos de afeto e companheirismo em nossas vidas. Mesmo o ser mais isolado pode encontrar a felicidade em uma amizade inesperada. Portanto, não se limite ao mundo, mantenha o coração aberto e a felicidade chegará até você.
Autor: